
O conceito de compartilhar nunca esteve tão em voga. Transcendendo a mania criada pelas redes sociais, o verbo ganha um significado diferente no mundo dos negócios. Em busca de competitividade, empresas apostam no compartilhamento de estruturas e em ferramentas capazes de encurtar distâncias e simplificar processos.
Consciente desta tendência, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (Fecoagro) e 30 cooperativas saíram na frente ao trazer ao agronegócio o conceito difundido mundialmente por empresas como Uber, Amazon e Airbnb.
Lançada no dia 20 de abril, a plataforma SmartCoop deve interligar 173 mil produtores, responsáveis, juntos, por mais de 50% da safra de grãos do Rio Grande do Sul. Segundo o coordenador do projeto, Guillermo Dawson Jr, a diferença é que na SmartCoop a tecnologia está na mão do produtor.
“A plataforma foi construída através da intercooperação entre diversas cooperativas gaúchas e está à disposição dos produtores, visando maior competitividade para ambos. Estamos no jogo e conscientes que este é o caminho para inserir o produtor no ecossistema de inovação digital”.
A ferramenta permitirá ações arrojadas de compra conjunta pelas cooperativas, compartilhamento de máquinas e implementos, e diversas outras ações que proporcionam uma logística planejada em conjunto. “A palavra do momento é compartilhar. Essa é uma ferramenta que traz escala aos produtores e eficiência no uso de serviços. É muita racionalização de tempo e redução no deslocamento físico das pessoas, ressalta o presidente do maior conglomerado de cooperativas gaúchas, a CCGL, Caio Vianna.
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Uma das grandes novidades trazidas pela SmartCoop é um gerenciador de compartilhamento de equipamentos. A ideia é que a prática ganhe espaço nas lavouras gaúchas e reduza a subutilização do maquinário das propriedades gaúchas, podendo, inclusive, se transformar em uma ferramenta de renda extra ao agricultor. O coordenador da Rede Técnica Cooperativa (RTC), Geomar Corassa, confia em grandes potencialidades para o projeto.
Mas a SmartCoop traz diversas outras vantagens às propriedades gaúchas. Além de concentrar em um mesmo local milhares de dados e organizar as informações de cada talhão, ela reduz deslocamentos do produtor e dos técnicos.
“São ações focadas em rapidez, que permitem maior presteza e facilitam o planejamento da atividade”, salientou Vianna. Para ele, o lançamento é um momento histórico para o cooperativimo. “Quando entrei no movimento, víamos as demais cooperativas como concorrentes. A criação de grupos como a CCGL inverteu a lógica e começamos a ver as cooperativas vizinhas como possibilidades de ganhos”, lembra. Posição compartilhada pelo presidente da Cotrijal, Nei Mânica. Segundo ele, a ferramenta leva conhecimento e confiança ao homem do campo.
Ao aderir, o produtor passa a receber, em tempo real, atualizações de dados que alimentam um grande banco de inteligência artificial em que decisões essenciais são tomadas de modo a otimizar a competitividade da produção primária. Por exemplo, uma previsão meteorológica de chuva processada no sistema pode acionar ou travar uma aplicação de defensivo, aumentando a efetividade da aplicação dos recursos. Por outro lado, um diagnóstico por imagem via satélite em determinado talhão ajuda o produtor a manejar seu cultivo. Agilidade que pode significar ganhos reais, uma vez que, de posse dos dados, é possível melhorar a rentabilidade.
Outro exemplo vem na hora de pensar a compra de produtos e serviços. A plataforma reúne todos as cooperativas interessadas em determinado item, lança aos potenciais fornecedores a demanda, abre a chamada de compra, compila as propostas recebidas e, assim que o item é escolhido, o sistema informa o vencedor automaticamente.
Essa é uma seleção de conteúdo da Reed Exhibitions sobre o mercado. Para continuar lendo sobre o aplicativo que proporciona logística planejada em conjunto, visite o site Jornal do Comércio com a matéria completa.